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13 de setembro de 2020

A ideia pra essa lenda veio da minha filha do meio Flora, quando ela tinha 10 anos. Quando contei ela, usei um rabo grande de tecido que eu mesma fiz, apenas costurando dois lados de um quadrado e formando um triangulo oco, grande o suficiente para eu entrar até a cintura. No final brincamos com as crianças entrando no rabo, uma de cada vez para virar a cobra.

….Tralalalaá, a História Vai Começar….

A LENDA DOS RABOS (Taina Andere)

Esta história aconteceu há muito tempo atrás, em uma época em que os animais ainda não tinham rabos, eram todos “desrabados” e, assim, viviam meio desequilibrados, como se lhes faltasse um pedaço.

Um dia apareceu uma linda fadinha trazendo um enorme saco cheio de rabos. Havia no saco tudo quanto é tipo de rabo. Tinham rabos curtos e rabos compridos, tinham uns que eram bem grossos e outros bem fininhos, esticados ou enrolados, rabos com penas, com pelos, escamas, e até rabo pelado, rabos de todas as cores e tamanhos que se possa imaginar. Tinha rabo pra afastar inseto, rabo bom para voar, rabo feito nadadeira, rabo pra se pendurar e até uns rabos bons mesmo é pra se pendurar.

A fada pousou em uma clareira e chamou bem alto todos os animais:

-Venham todos meus amigos, e escutem com cuidado. Quero que formem uma fila com um animal de cada espécie para escolher um rabo. escolham com atenção, pois todos da sua espécie terão que usar esses rabos para todo o sempre, de geração em geração. Não precisam ficar alvoroçados, neste saco tem um rabo para cada um de vocês. Olhem e saberão qual é o mais apropriado. Formem uma fila e que cada um escolha o rabo que consigo mais combina.

Dizendo isso a fada virou o saco bem no meio da clareira, enquanto os animais formavam uma grande fileira. Logo todos os animais já haviam enviado um representante da sua espécie para escolher o rabo e todos eles já estavam enfileirados.

As aves que vieram voando eram as primeiras da fila, escolheram rabos feitos com penas, algumas como o pássaro Tesoura, escolheram penas bem compridas, o Pavão escolheu o maior rabo e com as penas mais coloridas, já o Tico-tico preferiu uma pequena e discreta pra que pudesse continuar pulando de lá pra cá, botando pra quebrar sem o rabo a lhe atrapalhar. E assim, cada pássaro escolheu um rabo.

Depois vieram os mamíferos, o Elefante, apesar de ser muito grande, escolheu um rabo bem pequenino e todo enroladinho. O Rato quis um rabo fino e comprido, o Gato preferiu um peludo e alongado. Mas quando chegou a vez do Macaco ele não conseguia se decidir por um rabo, ficou dividido entre um rabo enrolado e um rabo comprido. Sem conseguir se decidir teve uma ideia egoísta, juntou os dois rabos em um só e vestiu os dois bem rápido, ficando assim com um rabo comprido e enrolado para poder se equilibrar e se pendurar pelos galhos. E foi logo se pendurando em um galho, bem rápido, antes que alguém percebesse que o danado tinha pego dois rabos, subiu bem alto e ficou sentado em cima do rabo.

E assim foi seguindo a fila, cada animal escolhendo o rabo que mais lhe convinha.

Mas vocês lembram que no começo desta história a fada falou que havia trazido um rabo pra cada bicho? Pois se o Macaco pegou dois rabos o que foi que aconteceu?

Pois é, quando chegou no fim da fila faltava a Cobra e o Sapo, mas só havia sobrado um rabo! É importante lembrar agora que naquele tempo a cobra, embora não tivesse rabo, tinha duas pernas e dois braços.

O Sapo olhou pra Cobra e a Cobra olhou pro Sapo, os dois olharam para o último rabo, novamente se olharam, olharam de novo pro rabo e sem mais hesitar saíram os dois correndo atrás do rabo. O Sapo puxou o pé da Cobra. A Cobra deu um chute no Sapo. O Sapo pulou em cima da Cobra e a Cobra rolou por cima do Sapo e os dois foram correndo aos papos e sopapos até que quando estavam quase chegando a Cobra se jogou com tudo no último rabo que havia sobrado. Mas a Cobra caiu tão desajeitada que acabou caindo dentro do rabo e ficando entalada, assim suas quatro patas ficaram pra dentro do rabo e a coitada acabou sem mão, nem pé, nem nada, num grande rabo enfiada. E o Sapo, coitado, acabou ficando sem rabo.

Por isso até hoje a Cobra tem raiva do Sapo, pois acha que é por culpa dele que ela acabou sem as patas e pra andar tem que se arrastar de cá pra lá. E o Sapo tem raiva da Cobra porque acha que é culpa dela que ele acabou sem rabo (nem imagina que o verdadeiro culpado é o Macaco). E é por isso que até hoje, no meio do mato, o Sapo come a Cobra e a Cobra come o Sapo.

FIM

….MÚSICA….

Para começar essa história a minha dica é a Música da Serpente, que é também uma brincadeira super divertida pra criançada. Enquanto cantamos convidamos as crianças uma a uma (durante a parte do “você também” para passar sob nossas pernas e depois segurar na nossa cintura formando o rabo da cobra. A próxima criança deve passar sobre a perna de todos que já estão no rabo, segurando na cintura da última.

Deixo aqui o link da versão do Grupo Triii pra essa música tradicional:

….ATIVIDADE….

O Rabo do Burro

Essa brincadeira é tão antiga que faz parte dos Folguedos Folclóricos, mas infelizmente, hoje em dia, tem muitas crianças que nunca tiveram a oportunidade de se divertir com ela. E ela é muito simples de fazer.

Precisamos de um burro em uma superfície um tanto maior do que ele e de um rabo que possa ser colado em qualquer parte dessa superfície.

O burro pode ser desenhado no meio da lousa e o rabo ser desenhado pela criança com giz, ou pode ser feito em um tecido de feltro e o rabo de barbante com um pedaço de velcro em uma ponta.

O importante é a criança ser vendada a uma certa distância do desenho do burro e então tentar colocar o rabo no lugar certo.

Variações desta brincadeira podem ser feitas com conforme a idade das crianças, como por exemplo formando duplas e deixando apenas uma vendada enquanto a outra vai orientando a direção com a voz (para crianças menores), ou com a criança sendo girada duas ou três vezes antes de ir em direção ao burro.

Boa diversão!

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