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22 de setembro de 2020

Quase todo mundo sabe que a Inglaterra é uma ilha, o que muitos não sabem é que nessa ilha tem um outro país, um país cheio de antigos castelos que lhe dão um ar de filme de terror e, talvez por isso, seu folclore é cheio de bruxas, vampiros e monstros assustadores.

Se você ainda não sabe de que país estou falando vou dar uma dica: lá os homens usam kilt, o que para nós parece uma saia. Sim, estou falando da Escócia.

Mas em meio a tantos seres assustadores, encontrei dois mais “bonzinhos” e resolvi dar a eles histórias mais infantis e é uma dessas histórias que trago agora. Espero que gostem!

Nela uso barulhos feitos com as mão e/ou com a boca para cada cenário (milharal, riacho e descampado) e incentivo as crianças a fazerem os barulhos comigo, tanto na ida quanto na volta. As crianças adoram fazer parte da trilha sonora da história…

….Tralalalalá, a História Vai Começar….

MIÚCHA E A FADA PÚCA

Miúcha estava muito ansiosa, era a primeira vez que viajava sozinha, iria conhecer a Escócia ao visitar sua tia Olívia.  

Mal chegou ao aeroporto viu seu primo acenando. Eles tinham a mesma idade, oito, embora Olívia adorasse dizer que Otávio era 15 dias mais novo. Enquanto sua tia Olívia assinava os papéis com a aeromoça que a havia acompanhado Miúcha foi cumprimentar seu primo Otávio. Ele estava muito animado, não deixou nem o abraço terminar e já começou a falar:

-Miúcha, hoje mesmo lá no castelo, acho que vi uma Púca!!!

-Castelo? Piruca? Do que é que você está falando Otávio?- quis saber Miúcha.

-Você não sabia que estamos morando em um castelo? Foi por isso que mudamos pra cá, meu pai e minha mãe estão ajudando a restaurar um castelo muito velho e durante esse tempo que eles trabalham estamos morando lá. No castelo tem um jardim enorme e hoje, enquanto esperava você chegar vi uma Púca por lá. Presta atenção é Púca, não Piruca.

-E o que é uma Púca?

O Otávio foi explicando em voz baixa durante todo o caminho pra casa, ou melhor castelo, onde ele agora morava:

-Púca é uma fada levada que vive no meio da mata. Pode se transformar em qualquer animal, o que é muito legal. Vira pássaro e sai a voar, vira peixe se mergulhar no mar, mas se chegar na areia vira cavalo e sai a cavalgar. Mas vire o que virar será sempre um escuro exemplar de olhos grandes e vermelhos. Seja escama, couro ou pena, a cor será sempre negra. Seu animal preferido é o cavalo negro, mas Púca também é muitas vezes vista na forma de um coelho. Ela fala a língua dos animais, mas mesmo se estiver transformada, falar a língua humana ela também é capaz. Por isso quando vi no meu quintal um coelho preto falar, sabia que não estava ficando louco, tive certeza de que era uma Púca que estava lá. Ela dá bons conselhos, mas também adora pregar peças, depende de como você vai responder as charadas dela.

 -Mas qual foi a charada que ela te deu? -quis saber Miúcha já louca de curiosidade.

-Eu sei lá! Não fiquei pra escutar, fui correndo pra dentro do castelo. Sei lá se eu ia acertar a charada, e se eu erro a fada me prega uma peça danada.

-Era só o que me faltava. você tem uma oportunidade dessas e deixa escapar…

A essa altura eles já haviam chegado no castelo e Miúcha quis ver onde seu primo havia encontrado a fada e os dois saíram juntos pra procurá-la.

E lá estava o coelho, parado. Míucha não teve nem tempo de duvidar de que o coelho preto fosse mesmo a Púca, pois o coelho falou em voz humana:

-Pro meu enigma desvendar, primeiro vocês têm que me encontrar.

Otávio não tinha mentido, o coelho falava. Ele falou e saiu correndo. Dessa vez com a prima ao seu lado Otávio não podia ficar com medo, tinha que ser corajoso como a prima.

E Miúcha, embora tremesse por dentro queria parecer corajosa pro primo, por isso fingia que nenhum medo sentia, E os dois saíram correndo atrás do coelho.

Passaram correndo pelo milharal, depois correndo atravessaram o riacho, atravessaram correndo o descampado onde o vento soprava e entraram correndo dentro de uma caverna onde o coelho se entocara.

Dentro da caverna estava tudo escuro, não se via nem se ouvia nada, mas de repente uma voz que vinha do meio do nada disse a charada:

-Posso ser fofinho e de pelúcia e vocês vão me adorar, ou posso ser grande e peludo pra vocês eu assustar. Gosto muito de comer mel e também de hibernar. Que animal sou eu? Vocês devem adivinhar…

-Já sei! Uma abelha.

Disse Miúcha sem hesitar.

-Errou! – respondeu a voz grossa- é melhor se mandar.

Os dois foram sair correndo, mas deram de cara com a Púca e ela estava enorme.

-Estou sentindo uma coisa peluda! -gritou Miúcha.

-Eu sinto um nariz gelado!- gritou Otávio

-É um urso!- gritaram os dois juntos.

Como os dois a charada haviam errado, a Púca ao invés de bons conselhos deu-lhes um susto danado. E transformou-se num Urso negro enorme e com cara de bravo. Os dois saíram correndo, mas quando saíram da caverna descobriram que já estava anoitecendo, como é que eles iam acertar o caminho pra casa sem enxergar nada?

-Ouça o vento Otávio- disse Miúcha- estamos no descampado.

 E assim os dois atravessaram o descampado.

-E agora Miúcha, vamos pra que lado? Já sei! Escute esse barulho de água, vamos cruzar o riacho!

-Escuta Otávio, são as bagas de milho balançando feito sino. Agora é só atravessar o Milharal e chegaremos no nosso quintal.

Os dois chegaram em casa bem a tempo do jantar e decidiram que a Púca nunca mais iriam procurar.

FIM

….MÚSICA….

Para abertura dessa história trago como sugestão a música “Adivinha O Que É” do grupo MPB4, um grupo vocal cheio de músicas incríveis para a criançada e para os adultos também.

….ATIVIDADE….

Duelo de Adivinhas

Esse jogo é fácil de ser jogado. Uma pessoa propõe uma adivinha e os outros jogadores devem tentar solucionar, um de cada vez, seguindo a ordem da direita para a esquerda ou do mais novo para o mais velho (se houver grande diferença entre as idades).

Quem acertar a adivinha ganha um ponto. Quem propôs a adivinha também ganha um ponto se alguém conseguir solucionar e dois se ninguém solucionar mas os outros jogadores concordarem que ela faz sentido.

As adivinhas podem ser inventadas na hora ou velhas conhecidas.

Uma diversão para toda a família ou para ser feita na escola, que desenvolve o raciocínio lógico, a oralidade e a memória.

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