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10 de setembro de 2020

Essa é uma história criada para a aula de educação ambiental. Ela é ideal para crianças a partir dos 7 anos.

Ela pode ser contada sem nenhum recurso (contação branca) que as crianças adoram, mas com algumas sonoplastias que imitem os sons da cidade e da floresta ela fica perfeita.

….Tralalalalá, a história vai começar

Era uma vez um menino que vivia em uma grande cidade. Era um menino alegre, disposto e divertido, do tipo que tem muitos amigos, mas seus dias preferidos eram os domingos. Embora fosse um dia que ele não passasse com os amigos, era o dia em que seu pai o levava pra pescar no ribeirinho. 

Lá era tão tranquilo. Ao invés do barulho dos carros o menino ouvia a cantoria dos passarinhos e o barulho das águas do rio, correndo pelo seu caminho. Não tinha seus amigos para brincar mas tinha uma porção de animais que eram super divertidos, como tatus e esquilos. Ao invés do cheiro de fumaça e do ar poluído, lá ele respirava o perfume das flores do campo de flores colorido. 

Isso sem falar das árvores pra escalar,  dos frutos colhidos direto do pé, e do rio pra nadar. O que o menino menos fazia era pescar, ainda assim ele não via a hora de chegar o domingo pra poder ir pra lá… 

Esse menino cresceu, trabalhou duro e pesado, ganhou dinheiro e tomou uma grande decisão: ia morar na beira daquele riacho onde por tantos domingo ele e seu pai haviam pescado. 

O menino conseguiu comprar aquele mesmo terreno, bem na beira do rio, e logo se pôs a trabalhar. Cortou quase todas as árvores da margem e construiu uma bela casa e uma grande roça de milho, para vender e se sustentar. Deu um trabalhão danado, mas a casa e a roça ficaram lindas ao lado do riacho. Agora era só aproveitar. 

Mas quando sentou na varanda pra descansar e admirar seu lindo retiro o menino se deu conta de que já não ouvia o canto dos passarinhos… e pra piorar, sem mais nem menos o ribeirão começou a secar… o menino já não encontrava mais nenhum animal, nenhum tatu, nenhum esquilo. Isso sem contar que a plantação começou a ser atacada por pragas e o menino precisava por cada vez mais venenos e aditivos que eram caríssimos. E o rio quase seco começou a ficar cada vez mais poluído. O menino se sentia totalmente infeliz, entristecido, teu sonho tão bonito tinha se destruído. 

Até que um dia o menino estava caminhando pela beirada do que restara do rio, ia rio abaixo, triste e cabisbaixo. Quando viu uma menininha sentada em uma pedra, chorando desconsolada. 

-Por que chora menininha? Posso ajudá-la?- perguntou o menino tentando consolá-la. 

-Ah, eu choro pelo meu rio que foi todo destruído. 

-Bem, acho que nesse caso vou me sentar ao seu lado e chorar junto com você… 

-Eu queria tanto saber quem foi o desalmado que construiu aquela casa no alto do riacho e destruiu tudo rio abaixo… 

-Como assim?- quis saber o menino, intrigado com o que disse a tal menina- O que a casa lá de cima tem a ver com toda essa destruição do rio e da mata ribeirinha? 

-Ora, tem tudo a ver, você não consegue perceber? Quando cortaram todas aquelas árvores da beira do rio, para construir a casa e fazer a plantação de milho, cortaram as árvores que este rio protegiam, pois eram elas que formavam a mata ciliar, e, por isso, o rio começou a assorear. Aquelas árvores eram também a morada dos pássaros e de diversos outros animais, que tiveram que ir embora por já não ter onde morar, além da falta de água, já que o rio assoreando deixa a água suja e escassa. Além disso tudo a plantação leva veneno e aditivos químicos que envenenaram o rio que já estava diminuindo. Com isso as flores secaram acabando com o alimento dos poucos animaizinhos que restavam… Como você pode ver, a falta de cuidado com a natureza de quem construiu aquela casa lá de cima foi o que destruiu o rio e acabou com os animais e com a mata ribeirinha… 

Quando a menina terminou de falar o menino chorava desesperado, soluçando e se engasgando, mal conseguiu se desculpar… 

-Eu sinto muito.- ele disse entre soluços- Não imaginava que a construção da minha casa fosse causar tanto mal pra esse recanto de que eu tanto gostava… 

A menina entendendo que era ele que morava lá em cima começou a sorrir, felicíssima: 

-Então é você que mora lá em cima! 

O menino não entendeu aquela alegria repentina: 

-Por que você está sorrindo? Não percebe que o que eu fiz foi terrível? 

-Percebo, mas a verdade é que antes de te conhecer eu achava que você nem se importava, agora, sabendo que você se importa e que gostava da mata como era antes, sei que podemos resolver esse problema num instante… 

-Como?- quis saber o menino enxugando as lágrimas- Vamos destruir a minha casa? 

-Não precisa,- respondeu a menina- É só a gente replantar a mata ciliar (que fica na margem dos rios e protege nossas águas). Depois vamos transformar sua plantação em uma horta agroecológica. Assim, com as coisas plantadas com grande variedade e imitando a natureza, as próprias plantas garantem seus nutrientes e suas defesas, sem precisar de agrotóxicos e nem de produtos químicos.

O menino também aprendeu a tratar o próprio esgoto e a cuidar do próprio lixo. Em pouco tempo as árvores cresceram, o rio voltou a encher e a água a jorrar, os animais e os passarinhos logo apareceram por lá e voltaram a morar nas árvores e fazer suas tocas entre as flores que cresciam mais fortes e bonitas que nunca. 

E logo o menino morava no paraíso, o ribeirão onde tantas vezes ele tinha ido quando era apenas um pequeno menino, havia se transformado em um lugar ainda mais bonito do que aquele com o qual ele havia sonhado. E além de tudo isso o menino ainda ganhou uma grande amiga, a menina que o havia ensinado a viver na natureza mas em plena harmonia com toda a vida. 

FIM 

….MÚSICA….

Para a abertura dessa história sugiro a música De Gotinha em Gotinha, da banda Palavra cantada. Segue o link:

….ATIVIDADE

Mata Ciliar na Garrafa Pet

Material necessário:

3 garrafas Pets de 5l

3 garrafas Pets de 2l

tesoura

barbante

terra

folha seca

mudas e sementes

Como fazer:

Corte as três garrafas de 5l no sentido transversal tirando apenas um pequeno pedaço e formando como se fosse um barquinho, sem cortar a boca da garrafa que deve permanecer fechada.

As três garrafas de 2l devem ser cortadas quase ao meio, no sentido horizontal, deixando menor a parte da boca (o fundo não será utilizado).

Coloque terra nos “barcos” até encher. Plante muitas mudas e sementes em um deles, no segundo cubra a terra com folhas secas, e deixe um apenas com a terra.

As outras garrafas devem ser penduradas na boca dos barcos, formando copinhos conforme a imagem

SOLO NA ESCOLA - ESALQ: Experimentos #6

Espere as mudas criarem raiz (10 a 20 dias) para então começar a experiência com a turma. Regue os barcos com um copo de água e deixe escorrer o excesso na garrafa de baixo. Conversem sobre o resultado e descubram na prática a importância da mata ciliar na contenção da erosão do solo e como funciona o assoreamento dos rios.

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