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18 de setembro de 2020

Confesso que um dos maiores erros que cometi no começo da minha carreira como contadora de histórias foi evitar essas histórias que todas as crianças já conhecem, achava que o novo seria mais encantador e rico de aprendizagens… Eis que um dia fui contar a história do Camilão e precisava de mais duas histórias de porquinho pra fechar a minha aula…. resolvi contar os três porquinhos porque eu mesma sempre amei esta história quando era criança. O resultado foi incrível, as crianças envolveram-se profundamente na história que já conheciam e eu aprendi uma lição preciosa. Hoje em dia muitas histórias clássicas e conhecidas fazem parte do meu repertório, por isso deixo aqui registrada esse conto mais que conhecido na minha versão rimada…

….Talalalalá, a História Vai Começar…..

OS TRÊS PORQUINHOS

Era uma vez três irmãos porquinhos: Prático, Heitor e Cícero. Os três viviam com sua mãe. Uma porca muito bonita, bondosa e prestativa, que pelos seus porquinhos tudo fazia. Lavava, cozinhava, limpava, arrumava e guardava, mas com exceção do mais velho, os outros irmãos não ajudavam em nada. Iam crescendo e ficando cada vez mais preguiçosos, só brincavam e bagunçavam, e davam um baita de um trabalho.

Sua mãe chamou seus três filhos e disse:

-Vocês já estão bem crescidos, precisam de mais responsabilidade, por isso é hora de irem morar sozinhos pra aprender a trabalhar pra sobreviver. Trabalhem duro e fiquem sempre unidos. E muito cuidado com o lobo mau!

Os três irmãos saíram de casa a procura de um lugar que pudesse abrigar as três casas e também tivesse bastante comida e água.

O irmão mais novo, Cícero, o mais preguiçoso, queria parar em qualquer lugar.

-Aqui já está bom, chega de procurar.

Mas o Prático, o irmão mais velho, queria encontrar um bom lugar.

-Aqui não tem água perto. Venha vamos continuar a procurar.

O irmão do meio, o Heitor, também tinha preguiça e queria parar logo de procurar, mas sabia que sem água por perto depois ia ter mais trabalho para a água carregar por isso concordou com o Prático e os três porquinhos continuaram a procurar.

Até que encontraram um ótimo lugar, era uma clareira grande, ao lado de um lago em um campo fértil e relvado. Mas logo que concordaram com o lugar já começaram a discordar sobre o material que deveriam usar.

O Cícero, o porquinho mais novo, queria usar palha.

-É mais barato e fácil! Quase não vai dar trabalho e ainda vai sobrar dinheiro pra eu poder me divertir.

Mas o Prático advertiu:

-Palha é muito perigoso, não te protege do vento nem do frio, nem do fogo e nem do lobo.

-Ora bolas! Só me faltava agora ficar com medo de lobo.

E já saiu a cantarolar:

-“Quem tem medo do lobo mau, lobo mau, lobo mau. Quem tem medo do lobo mau, lobo mau.”

O irmão do meio depois de um pouco pensar falou:

-Não vou fazer minha casa de palha, é muito fácil de derrubar, vou fazê-la de madeira, que também não dá tanto trabalho, assim ainda termino cedo e posso me divertir e nadar no lago.

-Madeira também é muito frágil- avisou o irmão Prático- Melhor usar tijolo e cimento, mesmo que dê mais trabalho. Madeira protege do vento mais não protege do fogo e nem do lobo.

-Agora concordo com nosso irmão mais novo. Quem é que tem medo do lobo?- disse o Heitor e também saiu a cantarolar – “Quem tem medo do lobo mau, lobo mau, lobo mau. Quem tem medo do lobo mau, lobo mau.”

 Assim o Cícero, o porquinho mais novo, construiu sua casinha de palha. Num estantinho ficou pronta e ele saiu cantando e brincando para chamar os seus irmãos.

Heitor, o porquinho do meio, fez a casa de madeira, deu um pouco de trabalho, mas logo estava tudo terminado e ele foi junto com o Cícero, cantando e brincando para provocar Prático.

Prático, o irmão mais velho, estava tendo mesmo muito trabalho. Fazer casa de tijolo e cimento não é nada fácil.

-Termina logo com isso e vem com a gente cantar, termina a casinha com palha mesmo assim já podemos brincar. – dizia o porquinho mais novo sem parar de dançar.

-Eu é que não sou bobo. Só vou brincar quando estiver tudo pronto. Tijolo sobre Tijolo.

-Deixa de ser chato Prático. Termina logo a casa com madeira, assim você pode vir brincar com a gente. Você que tá sendo bobo.

-Pois eu quero ver o bobo a hora que vier o lobo.

Mas os porquinhos mais novos só respondiam cantando:

-“Quem tem medo do lobo mau, lobo mau, lobo mau. Quem tem medo do lobo mau, lobo mau.”

Demorou três dias inteiros trabalhando de pedreiro, mas finalmente ficou pronta a casa do porquinho mais velho e ele foi correndo pra brincar com os irmãos. Mas nem tinham começado a diversão quando apareceu o lobo mau. Foi aquela gritaria e aquela confusão, cada um saiu correndo em uma direção para se esconder do lobo dentro da sua casinha.

O lobo mau que não era nada bobo seguiu o porquinho mais novo, mas ele fechou a porta da casa de palha bem no focinho do lobo. E o lobo disse do lado de fora:

-Ora porquinho venha para fora sem demora. Se você não sair agora eu vou soprar até derrubar.

-Pode soprar seu lobo bobo, que minha casinha vai aguentar.

E o lobo soprou bem forte: Fuuuuuuuuuuh. E a casinha de palha voou pelos ares e o porquinho mais novo saiu correndo  e gritando para a casa de madeira.

-Socorro Heitor, me acuda, abre a porta pra eu entrar senão eu viro jantar.

E o Heitor abriu a porta bem a tempo do irmão entrar e tornou a fechar a porta bem no focinho do lobo, que já se pôs a gritar:

-Abram a porta agora! Senão eu vou soprar e soprar até derrubar.

-Pode soprar seu lobo bobo. Minha casa de madeira é forte e vai aguentar.

Então o lobo soprou bem forte: Fuuuuuuuuuuuuuuh! E a casa tremeu mais aguentou. Mas o lobo soprou mais forte ainda: Fuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuu!!! E a casinha de madeira voou. E os porquinhos mais novos saíram correndo a gritar:

-Socorro Prático! Socorro! O lobo vai nos pegar. Abre a porta por favor, senão viramos jantar.

E o porquinho mais velho abriu a porta, bem a tempo dos irmãos entrarem lá. E depois bateu a porta com força bem no focinho do lobo, que logo se pôs a gritar:

-Abram logo essa porta. Senão eu vou soprar e soprar e soprar. Até derrubar.

-Pode soprar a vontade, minhas paredes vão aguentar. Elas são feitas de tijolo, você não vai conseguir entrar.

Então o lobo soprou bem forte: Fuuuuuuuuuu! Mas a parede nem tremeu. E ele tomou ar e soprou mais forte ainda: Fuuuuuuuuuuuuuuu!!! E a parede nem se mexeu. Dessa vez o lobo encheu bem o pulmão de ar, tanto quanto coubesse lá, e soprou com toda força que conseguiu soprar: Fuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuu!!!!!!! E nada. Mas o lobo não desistiu, esperou um pouco pra recuperar o fôlego e já se pôs a gritar:

-Não pensem que assim vocês vão escapar. Eu tenho muito tempo, posso esperar, uma hora vocês vão ter que sair pra água ou comida buscar e nessa hora eu vou estar aqui pra jantar. Rarará!

Foi aí que o porquinho mais velho teve uma ideia, pôs aguá pra ferver no caldeirão, embaixo da lareira e falou bem alto pro lobo escutar:

-Deixem que ele fique esperando lá fora, aqui dentro temos comida de sobra. Além disso esse lobo é um mané, nem pensou em tentar entrar pela chaminé.

Ao ouvir isso o lobo sem hesitar subiu no telhado e deu um pulo para pela chaminé entrar. Mas caiu na água fervendo e acabou todo queimado. Saiu voando pela chaminé foi cair lá no lago e continuou fugindo a nado. Correu tanto e pra tão longe que nunca mais foi visto por aqueles lados.

E os porquinhos mais novos aprenderam a lição. Construíram novas casas, deu o maior trabalhão, mas fizeram com tijolo e cimento. Fizeram muito bem feito. E só depois do trabalho estar bem terminado é que os três porquinhos foram juntos, brincar, cantar e nadar no lago.

FIM

Essa foi a primeira versão que fiz, embora hoje em dia eu costume contar com o final da versão original, onde os porquinhos mais novos são devorados pelo lobo. Como essa cena não causa susto em mim, como eu vejo a justiça e a natureza dos animais e não a maldade, ela funciona bem e nunca nenhum aluno se assustou ou incomodou com os porquinhos virando jantar de lobo e sobrando apenas o mais velho. Mas se pra você for diferente, se os porquinhos sendo comidos te causarem pena ou qualquer outro tipo de incômodo, aconselho usar este final alternativo inventado pela Disney, no qual os porquinhos conseguem escapar para a casa do irmão.

….MÚSICA….

Para abertura dessa história gosto de usar a música popular “Casa Torta”.

….ATIVIDADE….

Vamos fazer uma maquete da nossa casa dos sonhos com a criança?

Para base da maquete você pode usar uma caixa de papelão desmontada e encapada ou qualquer outra superfície firme (madeira, isopor, etc) que tiver em casa. Para fazer a maquete passe uma semana planejando com a criança e guardando materiais (principalmente embalagens como pequenas caixas e potes de iogurte). Agora basta usar a imaginação e o que tiver de material (papeis coloridos, tintas, botões, palitos…). Boa construção!

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