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10 de setembro de 2020

Essa história eu criei para os meus alunos mais velhos (quarto e quinto ano do ensino fundamental), mas acabou dando certo até com a turma dos mais pequenos de apenas dois anos, apenas adaptando a linguagem e o tom de voz conforme a imagem.

Fiz com ela uma contação bastante teatral usando um pedaço de carvão para ir pintando o rosto conforme o menino se sujava.

….Tralalalalá, a História Vai Começar….

BANHO BOM (Taina Andere)

Beto era um menino esperto e muito belo. Mas desde pequeno Beto dava um trabalho tamanho na hora de tomar banho.

“-Entrar no banho, puxa vida, é acabar com a brincadeira.

-Já pro banho não se enrola, olha só quanta sujeira.”(2x)

Todo dia era a mesma história, era só entrar no banheiro pra começar o berreiro. A mãe do Beto já entrava em desespero… e quando chegou a idade do menino tomar banho sozinho… Beto logo descobriu os truques mais variados pra fingir que o banho já estava tomado:

Entrava no banheiro, ligava o chuveiro e depois saía com o cabelo molhado, quando na verdade no chuveiro mesmo ele não tinha nem entrado.

Acontece que em pouco tempo Beto já estava começando a ficar com mau cheiro. Logo, ninguém mais queria brincar com ele na hora do recreio, na sala as carteiras iam ficando cada vez mais afastadas e sua mãe logo soube que alguma coisa estava errada. Mas já estava tão cansada de brigar que resolveu não obrigar o Beto a tomar banho e ver aonde aquilo ia dar.

Assim os dias se passaram e Beto já nem precisava fingir que tomava banho, parecia um porquinho, mas vivia sozinho porque ninguém mais aguentava aquele cheirinho.

Sua mãe então teve uma ideia, costurou na sua cueca um rabo de porquinho pro menino pensar que estava se transformando e resolver tomar logo um bom banho. Mas quando ele viu aquilo, ficou feliz e tranquilo pois agora podia aproveitar que não era mais menino para brincar com outros porquinhos e, assim, não ficaria mais sozinho. Foi para o lamaçal e se chafurdou na lama como um animal. Aquilo era tão divertido, nem queria mais voltar a ser menino. Mas na hora do almoço… ugh, os porcos foram comer lavagem, que é um monte de legumes e verduras que não foram comprados por estarem meio estragados, tudo misturado. Que além de feio é fedido, comida de porco parece lixo. Beto resolveu que mesmo sendo um porquinho ia comer comida de menino.

Mas no caminho de casa começou a sentir uma coceira danada, coçava tudo, era terrível. E quando chegou em casa não conseguiu lanchar, o cheiro tava tão ruim que ele começou a enjoar.

Resolveu ir brincar mais um pouco, pra esquecer da fome, da coceira  e do enjoo. Mas era tanta coceira que ele nem conseguiu brincar e sua barriga não parava de roncar.

E pra piorar, de repente, começou a chover , o Beto até tentou se esconder, mas ele estava no meio do campinho, não adiantou nem correr. Logo já estava todo molhado, encharcado.

Mas não é que chuva foi tirando o grosso da sujeira e a sensação era tão boa, até diminuiu a coceira, Beto pensou em como seria bom tomar um banho de chuveiro, só de pensar no sabonete ele já lembrou do cheiro, hum.

“Sujeira dá coceira, cheiro ruim muito chulé. Um banho de banheira ou de chuveiro é o que é. Experimente a refrescante sensação de bem estar, tome um bainho já! A refrescante sensação de bem estar. Chuá, chuá! Tome um bainho já.”(2x)

Foi assim que beto resolveu ir para o banho, mesmo que não voltasse a ser um menino e fosse ser pra sempre um porquinho, seria um porquinho limpinho.

Chegou em casa e foi direto pro banheiro tomar um belo banho no chuveiro, se lavou por inteiro.

“Tchau preguiça, tchau sujeira. Adeus cheirinho de suor. Oh…
Lava, lava, lava. Lava, lava, lava. Uma orelha uma orelha, outra orelha outra orelha.
Lava, lava, lava, lava, lava, lava a testa, a bochecha, lava o queixo, lava a coxa e lava até…
Meu pé, meu querido pé, que me agüenta o dia inteiro. Ooh!
E o meu nariz, meu pescoço, meu tórax, o meu bumbum e também o fazedor de xixi. Oh…
Lala, laia laia la, laia la la la, laia la, la la la la la.
Hum… Ainda não acabou não. Vem cá vem toalhinha… vem! Uma enxugadinha aqui, uma coçadinha ali, faz a volta e põe a roupa de paxá. Ahh!
Banho é bom. Banho é bom. Banho é muito bom.
Agora acabou!”

Beto estava gostando tanto do banho, estava se divertindo, por isso mesmo ficou uma arara quando sua mãe veio dizer que era hora de sair porque estava gastando muita água, sem falar na luz que tava custando os olhos da  cara. O menino ainda tentou ficar mais um pouquinho, gastou todos seus argumentos, mas não teve jeito, teve que sair do chuveiro antes que o negócio ficasse feio.

“-Sair do banho puxa vida, é acabar com a brincadeira.

-Sai do banho, não se enrola, vai ficar a vida inteira?

-Sair do banho, puxa vida, é acabar com a brincadeira.

-Sai do banho, não se enrola, olha só que molhadeira…”

E qual não foi sua surpresa ao sair do banho e perceber que seu rabo de porquinho já havia sumido. Na escola todos gostaram de ter de volta seu amigo e não mais aquele menino tão sujo e fedido. E o Beto nunca mais deixou de tomar banho nem um diazinho. Mesmo que esteja frio e que o chuveiro esteja queimado, ele toma um banho gelado. Por isso hoje é conhecido como o mais cheiroso de todos os meninos do bairro. Quem quer dar um cheirinho?

FIM

….MÚSICAS….

Para que vocês possam aprender as músicas que estão no meio da história, deixo aqui o link, algumas das músicas usamos apenas o refrão, mas todas são músicas que vale a pena ouvir e assistir com a criançada.

Infelizmente o CD amigos do Peito, onde encontra-se a música Hora do Banho, não tem mais disponível pra venda e nem online, e não encontrei nenhuma gravação dele no youtube, mas deixo como consolação o poema completo.

Hora do Banho (Claudio Tebas)

Entrar no banho, puxa vida,
é acabar com a brincadeira.

– Já pro banho, não enrola,
olha só quanta sujeira!!

Todo dia isso acontece
Minha mãe é mesmo fogo:
sempre fica me chamando
na melhor parte do jogo.

Eu subo pro banheiro
de bico, e emburrado.
“Todo mundo está brincando
e eu sozinho aqui, pelado!”

Aí… eu entro no box,
e o burro fica de fora.
A água começa a cair
e me esqueço logo da hora.

Ajeito pra trás o cabelo
que o creme rinse alisou.

“Luzes, câmera, ação!
Vai começar o meu show!”

Seguro o chuveirinho
e canto um rock maneiro.
Só engasgo, de vez em quando,
com a água do chuveiro.

A plateia, entusiasmada,
aplaude e pede mais um.
Durante o bis vou lavando
a barriga, o pintinho, o bumbum.

A minha touca de plástico
me serve que nem uma luva.
Com ela, sei que sou um índio,
e invento uma dança da chuva.

….ATIVIDADE….

Para acompanhar essa história pintura com carvão é uma atividade perfeita. Se não houver uma parede fácil de lavar na qual a criança possa pintar, a pintura pode ser feita em papel e até mesmo no rosto. Se você não tiver carvão em casa ou se for optar pela pintura no rosto aconselho usar uma rolha de cortiça queimada no fogão.

Depois é só deixar a criança soltar a criatividade e se divertir usando o carvão como um lápis. Elas adoram!

Carvão pra que te quero!!!! Experimentações em papel

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