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17 de setembro de 2020

Essa história eu criei pra trabalhar com os personagens da Escola da Inteligência, do Dr. Augusto Cury, na escola O Pequeno Polegar. Trabalhar com personagens que faziam parte das experiências escolares do dia a dia dos meus alunos foi uma experiência muito rica e as crianças adoraram.

Para essa história eu usava minha coleção de apitos de passarinho, distribuía entre a criançada e antes da história começar, ensinava a tocar o apito com baixa intensidade e combinava sinais que indicariam a hora de cada um começar ou parar de tocar seu apito. Começava com todos tocando ao mesmo tempo (menos o apito do pato que só entra depois e que eu mesma fazia por ser um apito cômico por si só) a cada dia da história menos apitos tocavam, até a oncinha ficar no silêncio… Todo ano tinha que repetir essa história para todas as turmas porque as crianças amavam (a história e os apitos).

….Tralalalalá, a História vai começar….

ONCINHA SAÇÁ (Taina Andere)

Era uma vez uma oncinha muito da nervosinha. Mesmo vivendo em uma floresta calma e tranquila e levando o que os humanos chamam de “boa vida”, a oncinha Saçá vivia ficando irritada, por qualquer coisinha e as vezes até por nada…

Ficar perto do riacho ouvindo os barulhos da mata era o único jeito da Saçá se acalmar. Por isso todo dia ela ia deitar por lá e ouvia os sons da mata até se acabar.

Certo dia a Saçá estava tranquila no meio da floresta viva observando os barulhos da mata, ouvia o vento, a água e o canto dos mais belos passarinhos. Foi quando bem do seu lado cantou o pato Quaquá, com seu canto desafinado:

-Quac, quac!

A oncinha Saçá ficou uma fera por ter sido interrompida no seu momento de calmaria.

-Seu pato você gosta de cantar? – perguntou Saçá.

-Ah, na verdade eu adoro! – respondeu o pato animado.

-Pois então deveria aprender ou parar de cantar.- disse a onça muito brava, sem nem parar pra pensar.

-Mas quem canta seus males espanta.- disse o pato, todo humilde, tentando argumentar.

-Pois vai espantar seus males pra lá, porque se continuar a me incomodar vai virar o meu jantar.

Assustado o pato Quaquá foi embora e a oncinha Saçá voltou a escutar a música da mata que pelos pássaros era entoada e pelo som da água e do vento ritmada.

Mas no dia seguinte parecia que tinham menos pássaros a cantar, a oncinha mal notou, mas no outro tinha menos ainda, Saçá pensou que devia ser o clima, mas no outro só um ou outro pássaro cantava, Saçá ficou preocupada… até que mais nenhum canto de passarinho a Saçá ouvia.

A onça ficou muito triste de tanta saudade da música que ela sentia. Ainda ouvia o barulho da água e do vento, mas faltava a melodia.

Saçá já estava doente de saudade de ouvir um canto de passarinho, já nem conseguia ficar brava, estava tão triste que não ficava nem irritada. Foi quando um dia, lá no alto de uma árvore, viu o canário Cantor sentado em um galho.

-Olá seu Canário, bom dia! Você que é o tal Cantor que todos falam por aqui?- perguntou Saçá que ainda não o conhecia, mas já ouvira sua fama.

-Sou eu sim.- respondeu o canário já tremendo de medo- Você deve ser a onça Saçá.

-Eu mesma, em garras e dentes. Cante uma música para me alegrar!- pediu Saçá.

-Eu não!- respondeu o Cantor, tremendo de se depenar- Soube que você mandou avisar que quem cantar perto de você, se desafinar vira jantar… eu é que não vou me arriscar!

O passarinho Cantor mal terminou de falar e saiu voando de qualquer jeito pra bem longe daquele lugar.

Só então a oncinha Saçá pode perceber o que estava acontecendo, porque os passarinhos andavam se escondendo.

Foi procurar o pato Quaquá, estava muito arrependida, pediu para que o pato, por favor, lhe cantasse uma melodia, mesmo que desafinada, Saçá queria muito ouvi-la. O pato todo orgulhoso entoou a única música que conhecia.

A música era desajeitada e o pato Quaquá pra lá de desafinado, mas a oncinha Saçá nem se importava, queria tanto ouvir um canto que aquele canto do pato lhe pareceu muito animado. O pato cantava e Saçá dançava toda extasiada.

Vendo essa cena inusitada e muito engraçada os outros passarinhos tomaram coragem e foram saindo dos ninhos. Um a um puseram-se a cantar, com tanta harmonia que formavam a mais bela sinfonia.

Saçá hoje em dia vive rodeado de amigos e amigas, anda tranquila e feliz da vida. Às vezes fica irritada, mas é muito raramente, e mesmo quando isso acontece, ao invés de brigar, vai pro meio da mata ouvir os pássaros e se acalmar. Aprendeu a mais antiga receita, todo mundo merece respeito e gentileza gera gentileza!

FIM

….MÚSICA…..

Para a abertura dessa história deixo como sugestão a musica Onça Pintada, no link tocada e cantada pelo artista e arteiro Zeca Baleiro, afinal música infantil não pode deixar de ter qualidade, não é mesmo?

….ATIVIDADE…,

Árvore da Gentileza (Para crianças alfabetizadas)

Material: um galho seco, um vazo com areia, linha e uma folha de papel verde.

Ajude a criança a preparar a árvore fincando o galho na areia e corte o papel para formar folhas do tamanho aproximado de um palmo. Faça alça nas folhas para que elas possam ser penduradas na árvore conforme forem sendo preenchidas pela criança.

Incentive a criança a escrever frases e palavras de elogio às pessoas de sua convivência e pendurar na árvore, uma folha por dia.

Essa atividade, além de desenvolver a empatia leva a criança a olhar com mais gentileza para as pessoas ao seu redor e de quebra ainda colabora com a prática da escrita.

Vamos brincar de onça?

Imitar onça é uma brincadeira simples e que as crianças adoram desde pequenas. Vamos nos divertir?

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