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14 de setembro de 2020

Essa é uma história clássica que minha mãe me contava quando eu era criança, uma das muitas histórias que ficou conhecida na coletânea feita pelos irmãos Grimm. Trago ela aqui na minha versão rimada.

Essa história pode ser contada para qualquer idade, sem apetrechos e nem muita teatralidade, mas ao contar para crianças pequenas, usar o recurso de se esconder atrás de algo e aparecer (quando os sapateiro está escondido), como quem brinca de “achou” leva as crianças às gargalhadas.

….Tralalalalá, a História vai Começar….

OS ANÕEZINHOS E O SAPATEIRO

Era uma vez um sapateiro que gostava muito de ajudar os outros, dividia tudo o que tinha e fazia seus sapatos sempre muito baratos, isso quando não os vendia fiado. Acontece que naquele tempo houve uma grande seca, que resultou em uma grande crise financeira, como seus clientes eram somente seus mais simples amigos, o pobre sapateiro foi ficando cada vez mais sem serviço,  e o pior é que aqueles que lhe deviam não puderam pagar. A situação em que estava o sapateiro… vocês podem imaginar.

O sapateiro já não tinha mais nenhum dinheiro, ele e sua mulher já estavam passando por maus bocados, e iria piorar, porque agora o sapateiro estava ficando sem couro pra trabalhar, o último pedaço que tinha só dava pra um par…

O sapateiro cortou aquele último pedaço de couro com todo cuidado para fazer seu último par de sapatos. Iria costurá-lo no dia seguinte e tentar vender para comprar mais couro e quem sabe algo pra comer. Assim ele e sua mulher dividiram o último bocado de pão duro e embolorado e foram para a cama pensando em quem iria comprar aquele último par de sapatos…

Mas qual não foi a surpresa do sapateiro quando acordou no dia seguinte e aquele par de sapatos estava completamente costurado… o sapateiro olhou mais de perto e ficou admirado com a qualidade do trabalho. Estava perfeito, sem nenhum pontinho errado…

O sapateiro mal teve tempo de mostrar pra sua esposa, que também se espantou, e já lhe bateram à porta. Era um nobre senhor pedindo ajuda pra consertar a roda da sua carroça. O jovem sapateiro se pôs à disposição na mesma hora, pegou suas ferramentas e logo consertou a roda. Quando o nobre senhor viu aquele par de sapatos tão bem costurado pagou por ele um bom bocado. O sapateiro e sua mulher ficaram felizes da vida pois além de comprar comida puderam comprar couro para fazer mais três pares de sapato. O sapateiro deixou os três pares de sapato bem cortados e, como já era tarde, foi dormir para no outro dia terminar o trabalho. Mas novamente quando acordou encontrou os três pares de sapato prontos e muito bem costurados. Mal podia acreditar no que via. Ele e sua mulher ficaram cheios de alegria. E pra melhorar apareceram novos clientes indicados pelo nobre senhor que havia comprado o primeiro par.

O sapateiro comprou mais material pra fazer sapatos e ainda comprou comida para ajudar seus vizinhos que também passavam maus bocados.

E dia após dia o mesmo se repetia, o sapateiro cortava os sapatos de dia, tantos quanto precisava, e de noite alguém os costurava. O sapateiro enriquecia e toda sua vila prosperava. Mas depois de algum tempo ele e sua mulher resolveram passar a noite toda acordados para ver quem é que estava a ajudá-los.

Então como sempre ele cortou o couro e as solas e os dois se esconderam embaixo da escada depois de fingirem terem ido embora e viram chegando dois anõezinhos completamente nus, pelados, que costuraram os sapatos com rapidez e habilidade admirável. Trabalhavam se divertindo e cantando:

-Somos anõezinhos e gostamos de trabalhar, costuramos bons sapatos, tralalalalalalá!

Cantaram e trabalharam e foram embora assim que terminaram.

-Pobre anõezinhos- disse o bom sapateiro- tão dedicados e vivem sem ter o que vestir, devem passar tanto frio, coitados.

-Não se preocupe marido, hoje, ao invés de cortar couro pros sapatos, vamos costurar lindas roupas para esses anõezinhos que tanto nos ajudaram.

E assim os dois compraram ótimos tecidos e a mulher costurou duas calças, duas camisas, dois coletes, dois casacos e dois pares de meia, muito bem costurados, enquanto o homem cortou e costurou dois pequenos pares de sapatos.

Quando a noite chegou os dois resolveram ficar a cordados pra ver como os anõezinhos receberiam aqueles presentes.

Logo os dois chegaram e subiram na mesa prontos para o trabalho. Ficaram loucos de contentes quando encontraram os presentes. E juntos os dois cantaram:

“Nós somos rapazes elegantes e faceiros, pra que sermos ainda sapateiros?”

Dançando de braços dados foram embora e nunca mais voltaram.

Mas o sapateiro e a sua mulher não ficaram entristecidos, pelo contrário, ficaram muito contentes de poder ajudar quem os havia enriquecido.

E viveram muito prósperos e felizes, pois nunca mais faltaram clientes e nem material pro serviço, pois a boa sorte continuou a companhá-los e eles continuaram sempre ajudando os necessitados.

 FIM

….MÚSICA….

Deixo como sugestão para a abertura da história a música “Anãozinho na Cabana”, aqui com o vídeo da Ana Flávia Basso cantando e explicando, não só os gestos, mas também o segredo escondido dentro da música:

….ATIVIDADE….

Passinho e Passão

Para essa atividade a criança deve ter um espaço livre para caminhar (quanto mais crianças mais espaço é necessário), mas apenas isso. O adulto ou uma das crianças vai dar os comandos de voz. Quando o comando for “Passo de sapateiro”, as crianças devem andar pisando firme com paços largos, quando for “passo de anão”, devem dar passinhos bem pequenos.

O comando vai sendo alterado para que as crianças caminhem cada hora de um jeito.

Conforme a idade das crianças outros comandos podem ser acrescentados que levem a outros tipos de passo, como passo de elefante e passo de saci, por exemplo.

Essa atividade trabalha ritmo, atenção e coordenação motora grossa.

Boa brincadeira!

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