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25 de setembro de 2020

Poucas histórias do repertório clássico nacional são tão conhecidas como a do casamento da DonaBaratinha. Foi uma das primeiras histórias infantis publicada no Brasil no livro Contos da Carochinha.

Gosto de apresentá-la como um conto participativo, onde eu faço o papel da dona Baratinha e as crianças vão fazendo o papel dos pretendentes. Elas amam fazer parte da história e a turma toda se diverte com os amigos imitando os animais dormindo.

….Tralalalalá, a História Vai Começar….

O CASAMENTO DA DONA BARATINHA

Era uma vez uma barata chamada Dona Baratinha. Dona baratinha era uma barata das mais limpinhas, que gostava de tudo bem ajeitadinho. Por isso vivia limpando e arrumando a sua casinha.

E limpa que limpa, arruma que arruma, achou uma moeda de ouro. Dona Baratinha ficou felicíssima. Pensou que estava rica e já podia se casar.

Colocou um vestido branco, arrumou um belo laço de fita na cabeça e foi se debruçar na janela, onde pôs-se a cantar:

“Quem quer casar com a Dona Baratinha que tem fita no cabelo e dinheiro na caixinha. Quem quer casar com a Dona Baratinha que tem fita no cabelo e dinheiro na caixinha.”

Olhou para um lado e não viu ninguém. Olhou para o outro e nada também. Olhou para a frente… e viu chegando um boi elegante que disse todo galante:

-Muuuu! Eu caso com a senhorinha, Dona Baratinha.

-Hum, você daria um bom partido. Só preciso saber de uma coisa se quiseres casar comigo: quando dorme, como é o seu mugido?

E o boi respondeu:

-Meu mugido quando estou dormindo? Acho que é mais ou menos assim: Muuuuu! Muuuuu!

Dona baratinha levou um baita susto.

-Ai! Assim eu não caso não. Nunca mais iria dormir com todo este barulhão. Sai fora!

E o boi foi embora. Mas Dona Baratinha não se deu por vencida. Recuperou-se do susto, arrumou seu laço de fita e foi para a janela cantar:

“Quem quer casar com a Dona Baratinha que tem fita no cabelo e dinheiro na caixinha. Quem quer casar com a Dona Baratinha que tem fita no cabelo e dinheiro na caixinha.”

Olhou para um lado e não viu ninguém. Olhou para o outro e nada também. Olhou para a frente… e viu chegando um cavalo esbelto, que foi falando e chegando mais perto:

-Brrrrrrrf! Eu caso com a senhorinha Dona Baratinha.

-Hum! Com você eu bem poderia me casar, mas antes de aceitar, tenho algo para lhe perguntar: como você vai relinchar quando estiver a sonhar?

-Quando eu estiver sonhando vou relinchar mais ou menos assim: Riiiiiiiiiiiiiiinch! Riiiiiiiiinch!

Dona Baratinha levou um baita susto!

-Ai, assim não caso não! Nunca mais ia dormir com todo esse barulhão. Sai fora.

E o cavalo foi embora. Mas Dona Baratinha não se deu por vencida. Recuperou-se do susto, arrumou seu laço de fita e foi para a janela cantar:

“Quem quer casar com a Dona Baratinha que tem fita no cabelo e dinheiro na caixinha. Quem quer casar com a Dona Baratinha que tem fita no cabelo e dinheiro na caixinha.”

Olhou para um lado e não viu ninguém. Olhou para o outro e nada também. Olhou para a frente… e viu chegando um carneiro que disse faceiro:

-Méééé! Eu caso com a senhorinha, Dona Baratinha.

-Hum, o senhor daria um marido maneiro, seu carneiro. Tenho apenas uma pergunta antes de decidir a nossa sorte: como é o seu balido quando o senhor dorme?

-Meu balido dormindo é mais ou menos assim: Méééééé! Méeééééé!

Dona Baratinha levou um baita susto.

-Ai! Assim eu não caso não. Nunca mais ia dormir com todo este barulhão. Sai fora!

E o carneiro foi embora. Mas Dona Baratinha não se deu por vencida. Recuperou-se do susto, arrumou seu laço de fita e foi para a janela cantar:

“Quem quer casar com a Dona Baratinha que tem fita no cabelo e dinheiro na caixinha. Quem quer casar com a Dona Baratinha que tem fita no cabelo e dinheiro na caixinha.”

Olhou para um lado e não viu ninguém. Olhou para o outro e nada também. Olhou para a frente… e viu chegando um cachorro latindo e sorrindo:

-Auau! Eu caso com a senhorinha, Dona Baratinha!

– Hum, o senhor seria um marido fiel e dedicado. Tenho apenas uma pergunta antes de me decidir se me caso: como o senhor vai latir quando estiver a dormir?

-Meu latido dormindo? Acho que é mais ou menos assim: Aufauf! Aufauf!

Dona Baratinha levou um baita susto.

-Ai! Assim eu não caso não. Nunca mais ia dormir com todo este barulhão. Sai fora!

E o cachorro foi embora. Mas nem mesmo assim Dona Baratinha se deu por vencida. Mais uma vez ela recuperou-se do susto, arrumou seu laço de fita e foi para a janela cantar:

“Quem quer casar com a Dona Baratinha que tem fita no cabelo e dinheiro na caixinha. Quem quer casar com a Dona Baratinha que tem fita no cabelo e dinheiro na caixinha.”

Olhou para um lado e não viu ninguém. Olhou para o outro e nada também. Olhou para a frente… e viu chegando um gato. Ele chegou e soltou o papo:

-Miau! Eu caso com a senhorinha Dona Baratinha.

-Hum, o senhor eu levaria para o altar. Só tenho uma pergunta pra fazer antes de aceitar: como o senhor vai miar quando estiver a sonhar?

-Meu miado quando chega a lua cheia é uma verdadeira beleza: Miaaaaauuuuu! Miiiiaaaauuuuu!

Dona Baratinha levou um baita susto.

-Ai! Assim eu não caso não. Nunca mais ia dormir com todo este barulhão. Sai fora!

E o gato foi embora. Mas Dona Baratinha tinha a casca grossa e ainda não foi dessa vez que ela se deu por vencida. Não! Pela última vez ela recuperou-se do susto, arrumou seu laço de fita e foi para a janela cantar:

“Quem quer casar com a Dona Baratinha que tem fita no cabelo e dinheiro na caixinha. Quem quer casar com a Dona Baratinha que tem fita no cabelo e dinheiro na caixinha.”

Olhou para um lado e não viu ninguém. Olhou para o outro e nada também. Olhou para a frente… e viu chegando de mansinho o senhor Ratinho:

-Eu caso com a senhorinha, Dona Baratinha.

-Hum! Você é um par ideal, formaríamos um belíssimo casal. Mas diga-me enfim, para que eu possa dizer sim: qual barulho eu vou ouvir quando formos dormir?

-O barulho que eu faço pra dormir? É mais ou menos assim: iiiic, iiiic!

Mas foi tão baixinho que Dona Baratinha teve que pedir para que fizesse mais duas vezes antes que ela conseguisse ouvi-lo.

-Ah, que maravilha! Com este barulhinho eu posso dormir a noite inteirinha. O senhor seu ratinho será o meu marido. Já está decidido.

E assim toda a floresta começou a organizar a grande festa.

As abelhas fizeram os mais deliciosos docinhos e as aranhas teceram belos vestidos. Os gatos se reuniram para limpar o salão onde seria a celebração e os passarinhos, o sapo e o pato formaram uma banda só para a ocasião. Os passarinhos flauteando, o sapo cantando e o pato na percussão. E vieram as borboletas pra deixar a festa enfeitada e chegaram as cozinheiras pra fazer a feijoada. Traziam feijão macio, couve colhida a pouco e as mais variadas partes da carne de porco. Tinha orelha e tinha rabo, tinha pé, paio e focinho. E para deixar mais gostoso tinha toicinho, linguiça e lombinho.

E já era a hora do seu Ratinho ir pro altar quando a tal feijoada começou a cheirar. E o cheiro de toicinho era tão gostoso que o Ratinho não se segurou, aproveitou que as cozinheiras tinham ido assistir ao casamento e deu uma corrida bem rapidinha na cozinha, para sentir de perto aquele suculento cheiro. Subiu na beirada do fogão, abriu a panela pra melhor cheirar e resolveu roubar só um toicinho, que ninguém ia notar. Mas quando se debruçou pra pegar, acabou perdendo o equilíbrio e ploft. A tragédia estava armada. Com o casamento todo pronto perdeu-se o noivo e a feijoada.

E a Dona Baratinha então… deve ter ficado arrasada.

Na verdade não muito. Quer dizer, no começo ela ficou muito triste e chorou até cansar, afinal onde já se viu, ficar viúva antes mesmo de se casar. Mas depois ela pensou bem e concluiu que tinha sido o melhor. Ter um marido que gostava menos dela do que de feijoada, no fim ia ser a maior roubada. E assim ela decidiu aproveitar sua moeda de ouro viajando pelo mundo. E não é que em suas viagens ela conheceu o senhor Baratão? Pois foi o que aconteceu. E mesmo sem ter mais a moeda os dois se apaixonaram e se casaram. E até hoje a dona Baratinha vive muito feliz na sua casa ajeitadinha e cheia de baratinhas bem limpinhas…

FIM

Para abertura desta história uso sempre a música “Sono dos Bichos”, do grupo MPB4.

Danço ela com as crianças batendo uma palma no alto da cabeça no “em pé”, uma palma na frente do corpo no “sentado” e uma palma para baixo no “deitado”,  explorando assim os planos alto, médio e baixo, além da diferença entre os sonos dos bichos, o que pode levar a um rápido bate-papo sobre curiosidades referentes ao sono dos animais.

Segue a música

….ATIVIDADE….

O Sono dos Animais

Vamos imitar os animais dormindo? Usando a música como referência de como cada animal dorme (em pé, deitado, empoleirado, etc) e os sons da história, podemos imitar o sono de diversos animais.

Essa atividade trabalha a memória, a criatividade e a expressão corporal.

Boa diversão!

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