Era uma vez um cabra chamado Malasartes, ele era um cabra do campo, mas era muito, muito malandro. Vivia viajando e aprontando das suas pelos quatro cantos.
Um dia chegou em uma cidade pequena e como estava sem dinheiro, foi atrás de um emprego, acabou sendo contratado pelo dono do chiqueiro. Mas acontece que o hóme era um senhor muito malvado, trapaceiro, que gostava de enganar os outros só por dinheiro.
E assim depois de trabalhar o mês inteiro, quando chegou a hora do pagamento, o patrão veio com uma história de que tinha que descontar o aluguel da casa que ele tinha dormido e da comida que ele tinha comido e pelas contas que ele tinha feito era o Malasartes quem tava lhe devendo.
Ora essa, depois de trabalhar de sol à sol, o mês inteiro, o pobre do Malasartes ainda terminou devendo?
Decidiu que naquele mês ele ia dar um jeito de economizar dinheiro pra voltar a viajar. Ao invés de dormir na casa que o patrão lhe arrumara, montou uma barraca no meio da mata e, pra não comer a comida que o patrão lhe dava ele fez uma plantação, e assim só comia a comida da horta que ele plantava nas suas horas de folga.
Mas quando o mês acabou, na hora de pagar, o dono do chiqueiro veio com uma história que ele ainda estava lhe devendo, afinal a horta que ele plantara ficava nas terras do patrão logo ele devia pagar a comida colhida no seu chão. E a mata onde ele montou a barraca também ficava dentro das suas terras e sob o seu céu, logo ele tinha também que pagar aluguel. E pelas contas que o patrão tinha feito Malasartes ainda tava lhe devendo. Vê se pode trabalhar e economizar o mês inteiro e ainda terminar devendo.
Malasartes pediu demissão. Mas o patrão falou que não, enquanto ele não pagasse o que estava “devendo” ia trabalhar pra ele cuidando do chiqueiro…
No dia seguinte Malasartes estava contrariado passeando com os porcos no pasto, quando passou um moço num caminhão e vendo aqueles porcos quis comprá-los.
Malasartes disse então que pudia vender os porcos por um preço bem negociado, mas que precisaria ficar com os rabos pra poder prestar contas ao patrão.
-Ora, os rabos não me servem pra nada, pode ficar com eles, não tem problema não. Tire os rabos dos porquinhos e me ajude a botá-los no caminhão.
Assim que o caminhão foi embora Malasartes escondeu o dinheiro que ele havia ganhado e pegou os rabos e colocou eles bem colocados espetados no banhado com as pontinhas pra fora.
Assim feito voltou gritando e correndo:
-Acuda! Acuda! Alguém me ajuda, os porcos estão afundando no lamaçal. Me ajudem a tirar os porcos de lá antes que não nos sobre nenhum animal.
O povo foi todo correndo, patrão, vizinhos e empregados, chegaram todos juntos no banhado.
-Mas que desgraça, já afundaram tanto nesse banhado que de fora só ficou o rabo!!! Me ajuda a puxar os bichos pelo rabo, mas puxa com cuidado pra não arrancar o rabo.
Mas quando os cabras puxaram, só saiu os rabos.
O patrão ficou tão bravo achando que o Malasartes tinha deixado todos os seus porcos afundarem no banhado que mandou o pobre embora:
-Ponha-se daqui pra fora. Eu não sou mais seu patrão e pode esquecer que não lhe pago nem um tostão.
Assim Malasartes pode ir embora e voltar a viajar levando ainda o dinheiro que do caminhoneiro ele havia ganhado como paga pelos dois meses de trabalho.
Afinal o que é devido não é roubado….
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